segunda-feira, 27 de abril de 2015

Empregos gerados por Parque Eólico no Piauí podem ser reduzidos a zero

Por Dulce Furtado

As instalações das torres que produzirão energia eólica no estado do Piauí estão próximas do fim. A previsão é que ainda em julho deste ano seja entregue a primeira parte da obra, colocando assim o Piauí em destaque no cenário nacional. A questão é que, apesar dos benefícios, há grande preocupação por parte das autoridades do Estado em relação aos ganhos dos municípios com o fim da obra.



Segundo o deputado Rubem Martins (PSB) (foto abaixo), os empregos gerados com as instalações, cerca de três mil, poderão se reduzir a zero. “Hoje trabalham nas instalações destas torres cerca de três mil trabalhadores. Todos moradores da região da Chapada do Araripe. A questão é que, depois de instaladas e com as obras concluídas, esse número de trabalhadores serão reduzidos a apenas 300, que talvez não sejam nem piauienses”, disse.

A preocupação de deputado é que até o momento nenhum trabalhador está sendo treinado a trabalhar na obra após a conclusão. Segundo ele, os 300 funcionários que atuarão no Parque Eólico deverão ter nível técnico elevado. “Outras pessoas fora do Piauí já deve estar sendo treinadas para aturem no Parque, então no final não haverá emprego para a comunidade”, declarou.

Além da geração de emprego e renda, Rubem Martins declara outro problema no futuro. Segundo ele, hoje a obra acarreta no pagamento do Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza (ISS), que também deixará de ser pago com a conclusão das instalações.



“Não será pago mais o ISS e também não será pago o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação (ICMS) para o Piauí, que produzem a energia. Apenas será para os estados de Minas Gerais e Paraná, que consumirão a energia”, disse.

De acordo com o deputado, essa questão já acarreta outro problema: a falta de orientação aos moradores dos municípios. Rubem Martins afirma que será difícil para os moradores daquelas comunidades entenderem o porquê da sua energia ser tão ruim, enquanto a sua região é a maior geradora de energia elétrica do Brasil.

“O município de Simões hoje é o que mais sofre com a energia de baixa qualidade. São problemas persistentes não só lá, mas em várias outras cidades do Piauí”, disse o deputado, concluindo que é sim um entusiasta da obra, mas que declara sua preocupação à população. 

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