terça-feira, 30 de junho de 2015

Chico Xavier deixou legado que ultrapassa barreiras religiosas

Por Alexandra Teodoro 

http://www.portalaz.com.br/imagens/geral/20150630102544_db6ff.jpg"Quem é perseguido, muitas vezes ainda consegue ir adiante, principalmente se estiver sendo perseguido de maneira injusta, mas quem persegue não sai do lugar " O dia era 30 de junho. O ano era 2002. O Brasil seria pentacampeão sobre a Alemanha na Copa do Japão. O médium havia dito que morreria num dia de extrema alegria para os Brasileiros. 

Francisco Cândido Xavier escreveu uma página importantíssima na história, sendo um dos mais destacados expoentes do Espiritismo. De uma família humilde, tinha 9 irmãos. Era filho de de Maria João de Deus, uma lavadeira católica e João Cândido Xavier, um vendedor de bilhetes de loteria. O médium morreu aos 92 anos de idade, em decorrência de parada cardiorrespiratória, no dia 30 de junho do ano de 2002. Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico dizia que iria "desencarnar" em um dia em que os brasileiros estivessem muito felizes e em que o país estivesse em festa, para assim o desencarne dele não causar tristeza. 

O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol daquele ano, no dia de seu falecimento (Chico morreu cerca de nove horas depois da partida Brasil x Alemanha). Psicografou mais de 450 livros, tendo vendido mais de 50 milhões de exemplares. Foi o escritor brasileiro de maior sucesso comercial da história, mas sempre cedeu todos os direitos autorais dos livros, em cartório, para instituições de caridade. Também psicografou cerca de dez mil cartas mas, nunca cobrou algo ao destinatário. Quando se fala em legado, o médium ultrapassou as barreiras religiosas, até porque, exemplos de grandeza, de atenção com o próximo deveriam ser seguidos por qualquer pessoa, de qualquer religião. 

Reconhecido como maior "líder espiritual" do Brasil e uma das personalidades mais admiradas e aclamadas no país. Dentre tantas obras que escreveu, em 1943, o público conhece um dos livros mais populares da literatura espírita, o romance Nosso Lar, o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium, que no ano de 2010 se tornou um filme e já havia vendido mais de dois milhões de exemplares. Esse é o primeiro de uma série de livros com autoria atribuída ao espírito André Luiz. Em 1980 já havia duas mil instituições de caridade fundadas, ajudadas ou mantidas graças aos direitos autorais dos seus livros psicografados ou a campanhas beneficentes promovidas por ele. 

Em 1981 foi proposto para se candidatar ao Prêmio Nobel da Paz, campanha encabeçada pelo amigo Augusto César Vanucci, então diretor da Rede Globo, concorrendo com vultos da época, como João Paulo II, prestes a visitar o Brasil pela primeira vez, e pelo líder sindicalista polonês Lech Walesa. Voltando ao 30 de junho de 2002, assim que a notícia da morte do médium se espalhou, houve uma comoção. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, 120.000 pessoas compareceram ao velório do médium, que aconteceu em Uberaba nos dias 01 e 02 de Julho. Em um caminhão do Corpo de Bombeiros, o caixão com o corpo do médium percorreu 5km até chegar ao Cemitério São João Batista (também em Uberaba) e mais de 30 mil pessoas acompanharam o cortejo a pé. 

Quando o caixão chegou ao cemitério, foi recebido com uma chuva de pétalas de 3 mil rosas lançadas em profusão de um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal. Os centros espíritas fundados por Chico Xavier, "Casa da Prece" e "Comunhão Espírita Cristã" em Uberaba e "Centro Espírita Luíz Gonzaga" em Pedro Leopoldo, continuam funcionando e realizando muitas assistências de caridade. Em 2014, o Ministério Público Federal de Uberaba, em Minas Gerais, firmou um acordo com o filho adotivo do médium Chico Xavier, Eurípedes Higino, que prevê a proteção e catalogação do acervo do médium.

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