sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MEC garante processo mais rápido para a validação de cursos de pós-graduação feitos no exterior



Cecília Pinto Coelho



Acabou agora a audiência da Comissão de Educação e Cultura que debateu o reconhecimento dos diplomas de nível superior de alunos que fizeram curso no exterior. A revalidação desses diplomas pode demorar anos para sair. O deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), autor da convocação da reunião, afirmou que vai criar um grupo de trabalho para cuidar exclusivamente do tema. Já o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, diante das queixas apresentadas, se comprometeu a tornar o processo mais ágil e considera “um absurdo o fato de se ter que esperar tanto tempo por uma resposta”.

O presidente da Associação Nacional dos pós-graduados em Institutições Estrangeiras de Ensino Superior, professor Vicente Celestino de França, contou que cerca de 22 mil brasileiros esperam a revalidação de seus diplomas emitidos no exterior. "São pessoas que fizeram o curso com sacrifício e que, quando terminam, são humilhadas em nossas instituições", revela.

O professor reclamou ainda da falta de vagas no Brasil, o que ocasiona um "êxodo educacional". "Estima-se que 30 mil brasileiros optaram por fazer pós graduação e cursos técnicos fora do país", afirma.

Há um ano, a pedagoga Hildevânia Lemos entrou com a documentação necessária para que seu diploma de mestrado, emitido no Paraguai, tenha valor no Brasil. "Todo o trabalho que temos lá é o mesmo daqui. Passamos por uma banca, com toda a excelência e exigência que é feita no Brasil", revela.

O secretário de educação do MEC se comprometeu a agilizar o processo e sugeriu criar uma lista de universidades pré-credenciadas. "É inadmissível que qualquer brasileiro espere sete anos para ter seu diplma. Vamos trabalhar para que isso não ocorra", diz.

O engenheiro Luiz Alfredo Vidal, professor da Coppe, a pós-graduação de engenharia da UFRJ, apresentou um documento, na Audiência Pública sobre revalidação do diploma, assinado por docentes da COPPE, Escola Politécnica da UFRJ, UERJ, PUC-RIO, UFF, UNIGRANRIO, UNESP, Universidade Federal da Grande Dourados e Centro Educacional Carioca. O documento Leia aqui manifesta a preocupação da comunidade científica brasileira em relação à admissão de títulos acadêmicos concedidos por instituições de países do Mercosul.

"As universidades públicas e particulares acreditam que essa revalidação só é possível se a qualidade do curso realizado no exterior for a mesma do brasileiro", diz. "A revalidação automática não pode ocorrer porque seria um retrocesso", completa.

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