quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Líder da oposição do sindicato dos Rodoviários sofre atentado

A casa de Luís de França Portela, líder da oposição à diretoria do Sindicato dos Rodoviários do Piauí (Sintetro), foi alvejada por cinco tiros na madrugada desta quarta-feira, por um homem de motocicleta. Três tiros atravessaram o portão da residência de Portela, sendo que um deles chegou à cozinha da casa.

Através de telefonema anônimo, policiais do Comando da Polícia Militar (Copom) receberam informação sobre o número da placa da moto utilizada no atentado. Nesta quarta-feira, às 9h da manhã, Portela, advogados, companheiros de chapa irão ao 4° Distrito Policial (Parque Piauí) registrar queixa. Em seguida, às 9h30, se dirigirão à Secretaria Estadual de Segurança solicitar proteção policial e à Polícia Federal, para requerer rastreamento sobre a origem das mensagens de ameaça.

A casa de Portela é localizada na “Quadra 78, Lote 5, B” do conjunto Promorar. Na última segunda-feira(01), Portela denunciou ao Cidadeverde.com que recebeu uma mensagem em seu celular o ameaçando de morte. Ele acredita que as ameaças são por formar uma chapa de oposição que tenta se inscrever para a eleição do Sindicato dos Rodoviários, Portela vinha recebendo ameaça de morte pelo celular, através de mensagem de texto. 

Há cerca de dois anos, após pedir na Justiça o cancelamento das eleições do Sindicato por conta de irregularidades no pleito, Portela já havia sido agredido fisicamente, por dois sujeitos, de madrugada. A chapa de Portela é ligada à Central Sindical e Popular - CSP Conlutas e tenta concorrer contra o grupo da diretoria do Sindicato, ligado à CUT, que há 22 anos dirige a entidade sem deixar inscrição de chapa de oposição.

Eleições no Sintetro

A Central Sindical e Popular CSP/Conlutas denunciou ao Cidadeverde.com que a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro) está desobedecendo a ordem judicial expedida pela juíza Nara Zoé Furtado Abreu, que determinou a escolha de uma diretoria provisória para promover novas eleições em 90 dias para o sindicato.

De acordo com Francisco Sinésio, do CSP/Conlutas, a comissão eleitoral foi feita pela própria diretoria que está à frente da entidade. “Eles estão descumprindo a decisão judicial pela segunda vez. Já que em agosto de 2009, essa diretoria havia sido cassada pela própria juíza e eles fizeram vistas grossas. Quase dois anos depois, descumprem uma nova decisão, de que era de formar uma diretoria provisória e eles mesmos formaram essa comissão eleitoral sem deixar que a oposição participasse da assembleia. Até o advogado da chapa [Ramissez Pinheiro] foi impedido de entrar”, declarou.

Sinésio disse ainda que esse direito está sendo suprido, por conta de uma regra que já foi derrubada pela Justiça. “Eles alegam que só podem concorrer quem compareceu e assinou três atas de assembleias em 2010, mas, isso não pode porque a juíza já decretou a anulação dessa norma e ainda tivemos acesso às atas que estão sendo adulteradas”, afirmou.
 
O candidato a presidente da chapa de oposição, o cobrador Francisco Portela, fez um boletim de ocorrência e está acionando a Justiça novamente. “Nós só queremos ter o direito de disputar a eleição. Só quero inscrever minha chapa e ter direito a uma eleição limpa, até com urna eletrônica”, destacou.

Segundo o presidente da comissão eleitoral, Francisco Sales, a chapa de Portela foi impugnada por não cumprir a maioria das normas que o estatuto do sindicato determina para ser apto à eleição. “A maioria dos membros que ele inscreveu para registrar a chapa não está em dia com a contribuição do sindicato; não participou de pelo menos três assembleias um ano antes da eleição e alguns não têm oito meses de carteira assinada nas empresas com quatro de contribuição para o sindicato. Não preenchendo esses requisitos não tem como concorrer”.


Da redação
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