quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Diretor do Setut mostra planilha e diz ser possível ter tarifas diferenciadas

Marcelino Lopes fez desabafo e disse que é preciso desmistificar imagem de "empresário bandido". 

O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina, Marcelino Lopes, mostrou a planilha que regula o setor durante entrevista ao Jornal do Piauí. Marcelino afirmou que é possível baixar o valor da tarifa e adotar valores diferenciados nos finais de semana e feriados, como exemplifica a técnica cearense Calina Barros, que participa de discussão da auditoria da planilha em Teresina.

Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.com

Em participação ao vivo no jornal, Calina afirmou que, em Fortaleza durante os feriados é cobrado R$ 2,00. Além disso, recentemente foi adotada a hora social (09h às 10h e 15h às 16h), que custa R$ 1,80. No ônibus circular, que passa pelo centro, a passagem custa R$ 1,40 e o mesmo valor é cobrado aos domingos e nos dias 31 de dezembro, 1º e 2 de janeiro.

Porém, na capital cearense, os poderes municipal e estadual contribuem com a diminuição de alíquotas de impostos, como o ICMS, ISS e IPVA. Além disso, o sistema de ônibus em Fortaleza é integrado e com bilihetagem eletrônica, o que diminui as distâncias das linhas.


Calina disse também que a integração das linhas facilita a fiscalização sobre o uso das meia passagens. A Empresa de Transporte também atua na fiscalização, através da coleta de frequência escolar dos estudantes, que ocorre de seis em seis meses.

O exemplo cearense pode ser usado em Teresina. É o que garante Marcelino Lopes. Mas o empresário condiciona à contribuição do poder público. "É possível fazer como em Fortaleza. Mas precisamos rever a malha de transporte da cidade. A gente sabe que tem deficiências, mas não temos como fazer diferente. Fazemos como a Strans nos diz

Marcelino comentou ainda sobre as fraudes em relação às meia passagens e gratuidades, registradas pela Strans. Segundo ele, é preciso rever e punir os responsáveis.


Desabafo
O empresário e vice-presidente do Setut fez um desabafo sobre o movimento que reclamou a diminuição do valor da passagem. "Sendo bem franco, todo mundo quer meter a mão no setor de transportes para tirar alguma casquinha política. Nunca vi ninguém questionar aumento de energia e de água, que são concessões. Você não vê ninguém reclamar porque não dá voto, não aparece. Planilha não é caixa preta. Há mto tempo se discute ela", reclamou.

Marcelino declarou ainda que é preciso desmistificar a imagem que é passada sobre os empresários. "Em Teresina, tem-se a ideia que empresário é bandido, é ladrão. Eu desafio qualquer empresa a querer fazer melhor que nós [referindo-se à discussão sobre licitação]", afirmou.


Ele negou que o salário dos diretores e o lucro das empresas tenha peso no valor da passagem. "Não temos a caneta de condão do prefeito. A Strans foi quem calculou essa tarifa de R$ 2,20, não fomos nós. Queremos conversar com a prefeitura porque meus custos continuam os mesmos. Eu respeito a opinião mas não concordo. Quem está perdendo dinheiro é o operador. E esse lucro de R$ 5 milhões não corresponde à realidade. Se o sistema fatura R$ 11,5 milhões, como é que tem lucro é 5 milhões? Não posso levar isso a sério", finalizou.

Leilane Nunes
leilanenunes@cidadeverde.com

 

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