sábado, 30 de agosto de 2014

Ciclo da Borracha vira circuito turístico na Serra da Capivara

O Parque Nacional Serra da Capivara (525 km de Teresina), inaugura neste sábado (29) mais um circuito turístico denominado de "Caminho dos Maniçobeiros". O Parque é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e apontado pelo Guia Quatro Rodas como uma das reservas ambientais com melhor infraestrutura para visitação pública no Brasil. 
A nova trilha, criada através de uma parceria entre a Fundação Museu do Homem Americano e a Petrobrás para homenagear e reconhecer a importância cultural, econômica e histórica do ciclo da extração da borracha da maniçoba - árvore típica das Caatingas -, pretende incrementar o turismo no parque nacional.
A extração da borracha da maniçoba no Piauí, em especial na região sudeste do Estado, teve o seu auge durante o início das décadas de 1900 e 1940, impulsionado principalmente pelo desenvolvimento das indústrias automobilística, elétrica e militar. 
Fotos: André Pessoa 
O ciclo trouxe ao Piauí trabalhadores de variadas regiões do Nordeste, em especial dos estados de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Bahia. Em alguns casos, esses trabalhadores terminaram ocupando os mesmos lugares que os grupos pré-históricos viveram e deixaram gravados nas rochas suas pinturas rupestres na Serra da Capivara, fazendo suas moradias nos antigos abrigos de pedra. 
Naquela época, a coleta do produto nos sertões do Piauí e no Nordeste em geral, só perdia em importância para a extração do látex da seringueira na Amazônia e quase toda a produção era exportada para Inglaterra, França e Estados Unidos. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando os japoneses dominaram a exploração da borracha nas florestas da Ásia e da Oceania, o extrativismo no Brasil ganhou força e revolucionou a economia dessas regiões.
O objetivo da criação e implementação do novo circuito turístico na Serra da Capivara é resgatar parte dessa história contribuindo para que a população tenha acesso aos antigos locais de coleta da borracha, viabilizando aos descendentes desse grupo social e aos visitantes interessados o direito à cultura e à memória de uma época importante para o país. 
O projeto de implementação da trilha foi totalmente financiado pela Petrobras e desenvolvido pela arquiteta Elizabete Buco, baseado nas pesquisas da historiadora Ana Stela de Negreiros. A iniciativa conta também com o lançamento de um livro e folder específico sobre o tema além de programas de educação ambiental e visitas monitoradas com estudantes da microrregião de São Raimundo Nonato.
Da Redação 
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