sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sinte denuncia Seduc ao MP por falta de professores nas escolas

Da Redação do Portal AZ

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública de Base do Estado do Piauí (Sinte) encaminhou ofício ao Ministério Público Estadual pedindo uma investigação minuciosa na Secretaria de Educação do Estado (Seduc) para averiguar a falta de professores não só na Capital, mas em todo o Estado. O sindicato alega que há um déficit de quase dois mil professores em sala de aula.

O documento é assinado pela presidente da entidade professora Odeni de Jesus da Silva (foto) e faz uma série de denuncias. Além da falta de docentes, nas salas de aulas, vários professores que poderiam sanar em parte esse problema, estão em desvio de função servindo a outros órgãos através de critérios políticos.



“A situação é caótica, há um total desrespeito com a Educação Pública Estadual, há milhares em alunos sem aula por falta de professores”, diz.

Além da falta de professores, há a falta de estrutura. No Estado muitas escolas ainda estão fechadas e sem uma previsão para a reabertura. Dois destes casos são o Liceu Piauiense e o Colégio Helvidio Nunes, duas das mais tradicionais escolas de Teresina. Apesar dos alunos destas escolas terem sido realocados em outros prédios, o problema continua por uma série de motivos.

No ofício o SINTE-PI cita o caso da Unidade Escolar Professor João Soares da Silva, no Monte Castelo, na zona Sul de Teresina onde a diretora liberou os alunos por falta de professores.

Em Picos, os professores, alunos e os pais deles chegaram a fazer uma manifestação exigindo a contratação de professores. A passeata foi até a sede do Ministério Público naquela cidade onde também entregaram um documento contendo as irregularidades encontradas, onde a falta de professores é a principal.

O mais estarrecedor, segundo o documento enviado pelo SINTE-PI foi a resposta e gerente da IX Gerencia Regional de Educação (GRE), em Picos, deu aos pais e professores quando eles foram cobrar uma solução para o problema.

“No início do ano letivo os professores foram convocados e lotados para prestarem seus serviços, infelizmente nós temos uma política de favorecimento que já vem de muitos anos e que nós temos que se adaptar (sic), pois não temos como quebrar de vez”, justificou Maria Bernadete de Carvalho Almondes, a gerente da IX GRE.

Diante das declarações da gerente, o SINTE-PI pede que sejam dadas respostas sobre os favorecimentos na rede estadual de educação, quem são os favorecidos e que favorecimentos são esses. “Estas questões exigem respostas”, afirma.

O sindicato também alega que o Estado fez um concurso para professor no ano passado, mas no entanto, convocou apenas 635 concursados, dando preferência para a utilização dos substitutos, para ocupar o restante das vagas, que é uma prática utilizada há décadas pelos sucessivos governos do Piauí, o que fere a Constituição Federal.

O Sinte pede que seja feita uma investigação profunda da Seduc averiguando de forma clara e transparente a lotação de todos os servidores efetivos (magistério e administrativos) nas escolas e no caso dos professores especificando a disciplina, a carga horária, a função e a jornada de trabalho do servidor administrativo. Com relação aos temporários, que a Seduc especifique os nomes dos contatados, lotação, disciplina ministrada e o nome do professor efetivo que está substituindo.

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