segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Juiz visita CEM e constata que faltam estrutura e funcionários

O juiz da 1ª Vara da Infância e Adolescência, Antonio Noleto, visitou na manhã de ontem (13) o Centro Educacional Masculino. O magistrado constatou que falta estrutura, policiamento e servidores suficientes para suprir a demanda. Atualmente, 62 adolescentes são internos no local. A visita ocorreu após três tentativas de fuga de menores em menos de 10 dias.

"Temos uma estrutura precária, poucos servidores pessimamente pagos, que todos os dias quando saem de casa têm que rezar um Pai Nosso pedindo a Deus para voltar vivo. A unidade não está apropriada. Você isola pessoas sem a presença do policial fardado não tem condição. Temos que ter PM fardado e com cacetete dentro e fora da unidade e temos também que dobrar o número de educadores", declarou.

Antonio Noleto irá produzir um relatório baseado no que viu no CEM e pedirá, além de mais estrutura e servidores, a criação de um órgão específico para gerenciar o Centro. Para ele, a Secretaria de Assistência Social e Cidadania tem demandas diversas e não consegue dar conta.

Em entrevista ao Notícia da Manhã desta segunda (14), o coordenador do CEM, Chagas Bisneto, afirmou que nas três tentativas de fuga estão envolvidos os mesmos menores. Segundo ele, esses adolescentes vêm, desde o início do ano, apresentando problemas de socialização e aceitação da condição de interno.

Bisneto afirmou também que ficou definido pelo secretário Francisco Guedes, junto com a Secretaria de Infraestrutura, que a obra da nova sede do CEM será retomada.

"Essa estrutura colabora com alguns adolescentes que tentam resistir às medidas adotadas. São os mesmos adolescentes que desde o começo do ano vêm causando várias atitudes transgressoras. O que fazemos é trabalhar uma abordagem humanista. Não adianta uma bela estrutura e agir de forma repressora com um ser que já está encarcerado", declarou.

Um dos internos, sem se identificar, afirmou em entrevista que nunca sofreu agressão por parte de funcionários ou policiais no CEM. Porém, segundo ele, o comportamento de alguns leva a isso. "Somos tratados com carinhos. Muitas vezes acontece isso [agressões] mas com pessoas que agem sem pensar. Para chegar a apanhar tem que ter feito algum delito. Aqui tem os deveres e os direitos. Eu mesmo acredito que hoje está diferente. Apanhar, eu não estou vendo não. Teve essa rebelião e a conversa entre nós é que ninguém apanhou. Meu dia aqui é só progredir. É um tempo em que estou pensando na minha vida", declarou o adolescente.

Leilane Nunes (da Redação)
Aline Carvalho (da TV Cidade Verde)
redacao@cidadeverde.com

Um comentário:

  1. DR. NOLETO A ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E A COMUNIDADE DO BAIRRO MEMORARE AGRADECERIA DE CORAÇÃO E TERIAMOS GRATIDÃO ETERNA POR VOSSA EXCELENCIA SE O SENHOR CONSEGUISSE COLOCAR ESSE MENORES EM OUTRO LUGAR. NÁS AQUI DO BAIRRO VIVEMOS O TEMPO TODO AFLITOS QUANDO ACONTECE REBELIÕES NESTE CENTRO. QUANDO A FUGAS A COMUNIDADE FICA DESESPERADA, POIS TEMOS CRIANÇAS. ALEM DO MAIS AO LADO EXISTE UM AREA OCIOSA QUE SERVE INCLUSIVE PARA SE REFUGIAREM DA POLICIA ENQUANTO GANHAM TEMPO PARA FUGIREM. SE VOSSA EXCELENCIA NECESSITAR DO APOIO DE NOSSA COMUNIDADE ATRAVÉS DE ABAIXO ASSINADO ESTAREMOS PRONTOS PARA AJUDAR.

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