quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A violência da democracia.


Não estamos em condições de nos salvar a nós próprios, sobre isso não restam dúvidas. Falamos em democracia, mas ela é apenas a expressão política para um estado de espírito caracterizado pelo «Pode ser assim, mas também de outro modo». Vivemos na época do boletim de voto. Até votamos todos os anos no nosso ideal sexual, a rainha da beleza, e o facto de termos transformado a ciência no nosso ideal intelectual não significa mais do que pôr na mão dos chamados factos um boletim de voto, para que eles escolham por nós. Este tempo é antifilosófico e covarde: não tem coragem para decidir o que tem ou não tem valor, e a democracia, reduzida à sua expressão mais simples, significa: Fazer aquilo que acontece! Diga-se de passagem que é um dos mais desonestos círculos viciosos que alguma vez existiu na história da nossa raça.
 (Robert Musil)

Vive-se um momento de indignação. Contestam-se os atos puramente abusivos dos policiais quando estes reprimem manifestações publicas com violência, mas não é contestado o comando maior que permite tais atitudes. Contestam-se as leis, mas sempre se encontra um “jeitinho” para burlá-las. Contesta-se a corrupção, mas basta uma oferta corrupta que esta é aceita pelo contestador.
Qual é o real motivo de tanta permissividade do povo brasileiro? Acomodação? Medo de enfrentar a real situação? Dualidade moral? Desejo de também estar dividindo esse poder e recursos ilícitos?
No meio de tantas permissões, assistimos pessoas que saem as ruas reivindicando direitos legais serem brutalmente espancadas por policiais despreparados, que para impedir atos que vulgam violentos usam da violência física para reprimi-las.
Vemos políticos inescrupulosos, e diga-se a “maioria”, roubando descaradamente os recursos do Estado e usando a demagogia para se perpetuar no poder.
Vive-se ou não um regime democrático em nosso país?
A hora é essa: ou o povo brasileiro exige o fim da violência, da corrupção no Brasil, ou vivera em um Estado sem regras, sem ética e violento.

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