sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Os dois nós de Mercadante


Dois dos nomes mais cotados para mudar de pasta no segundo ano do governo Dilma Rousseff, os ministros da Comunicação, Paulo Bernardo, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, reuniram-se com a presidente a poucas semanas do anúncio da reforma ministerial. Tido como certo no Ministério da Educação, Mercadante terá pelo menos duas batalhas à vista na pasta: a recuperação da imagem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), abalada depois de uma longa série de problemas e falhas na realização do teste, que hoje é a principal porta de entrada para o ensino superior público, e o duro embate em torno do piso salarial dos professores da rede pública.
Na última quinta-feira (12), durante um almoço em São Paulo, Dilma acertou peças do xadrez ministerial com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a dança das cadeiras na Esplanada. Já falando na condição de substituto de Haddad na Educação, Mercadante deve estabelecer como bandeira colocar um tablet nas mãos de cada aluno da rede pública de ensino do país.
Os calos que o aguardam na pasta, porém, exigirão atenção imediata do novo ministro. "A questão do piso salarial é uma das mais urgentes a serem resolvidas no MEC", avalia o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, (CNTE), Roberto Franklin Leão. No ano passado, os professores fizeram 17 paralisações em todo o país pleiteando o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável ao estabelecimento do piso salarial para a categoria, hoje em R$ 1.187,97 mensais.
Negociação à vista
O clima deve se manter tenso em 2012."Já está marcada para os dias 14, 15 e 16 de março uma greve nacional de professores, retomando o movimento de reivindicações pelo cumprimento do piso", diz Leão. Segundo ele, está incluída entre as demandas da categoria a instalação de uma mesa de negociações do governo federal com os estados e os sindicatos de professores para tentar criar um consenso sobre a questão salarial da rede pública. Prometido durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o instrumento de negociação nunca chegou a ser criado. (CORREIO BRAZILIENSE)
 

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