segunda-feira, 2 de junho de 2014

DORMINDO COM O INIMIGO. E AGORA ZÉ.

Há muita coisa mal explicada na “repentina” mudança de candidato dentro do PMDB. Vamos fazer uma breve análise para explicar como o processo de traição que levou o governador Zé Filho a, covardemente, ferir de morte a candidatura de seu partido provocando o que pode ser encarado como a maior fraude eleitoral da história do Piauí.
Nunca uma pesquisa mostrou qualquer tipo de viabilidade do nome de Zé Filho para disputar o Governo do Estado. E o comportamento irresponsável e farrista do atual governador Antônio José Moraes Souza Filho nunca inspirou confiança em qualquer liderança política do estado. Pelo menos não em uma que também não fosse companheira de cachaça.
CONSELHOS ERRADOS
Ao que tudo indica, o governador Zé Filho passou a aceitar conselhos do senador Ciro Nogueira (PP). Na sua imaturidade, o parnaibano chega ao absurdo de acreditar que Ciro seja amigo-irmão. Mas ninguém em sã consciência acredita que Ciro ajuda sem ter um objetivo pessoal por trás disso.
Neste caso, Nogueira estava viabilizando a vitória de Wellington Dias (PT). E, ao que parece, não foi difícil para Ciro inflamar a ridícula ganância de Zé Filho, que acabou por jogar no lixo a oportunidade de ouro do PMDB permanecer no Karnak.
PREPARANDO O BOTE
Enfrentando um sério problema de saúde (em dezembro de 2013 Zé Filho foi operado por conta de uma suspeita de grave trombose em uma das pernas), Zé entrou em contato com o governador Wilson Martins (PSB) e com seu correligionário Marcelo Castro, deputado federal. Comunicou aos dois sua intenção de abdicar de seu direito à reeleição, visto que não chegaria preparado para uma campanha, e dizer de sua vontade de lançar o nome de Marcelo Castro. Foi uma surpresa que trouxe tranquilidade à base governista. Mas não passou de uma farsa.
Desde aquele instante Zé Filho passou a estar mais ligado aos senadores Ciro Nogueira (PP) e João Vicente Claudino (PTB) do que nunca. Os dois principais aliados do senador Wellington Dias, do PT, candidato de oposição ao Governo. Zé Filho passou dois meses sem dar entrevistas à imprensa, enquanto se articulava para planejar a traição. Nos bastidores, o que se comenta é que Zé Filho, orientado pelo senador Ciro Nogueira, protagonizou esse “balão” dentro de seu partido para beneficiar a candidatura petista, tendo como recompensa sua manutenção na presidência da FIEPI e um bom quinhão de indicações em secretarias e outros cargos comissionados num eventual governo Wellington Dias.
HUMILHAÇÃO E CHANTAGENS
Ao assumir o cargo de governador, num discurso feito por publicitário da CCOM, Zé Filho citou Gandhi, para se fazer de vítima. Questionado sobre o que significava a frase, se ela seria a manifestação de sua vontade de disputar a reeleição, Zé Filho insistiu que seu candidato era Marcelo Castro. E foi assim em cada entrevista concedida dali por diante. Enquanto isso, seus assessores minavam a pré-candidatura de Marcelo com entrevistas em rádio, jornal e tv e informações “em off” para jornalistas políticos. Uma humilhação diária, que fazia Marcelo Castro ter que passar pelo constrangimento de se auto afirmar a cada encontro com políticos e jornalistas.
A cara de pau de Zé Filho tamanha que ele passou a dizer que Marcelo seria seu candidato sem mesmo ser questionado sobre o assunto. Foi o que aconteceu na sexta-feira 23 de maio, durante evento do PSD. Na presença de toda a imprensa, de Marcelo Castro, de Wilson Martins e Silvio Mendes, e presidente de praticamente todos os partidos da base aliada, Zé Filho inflamou de aplausos o auditório do Gran Hotel Arrey ao se declarar eleitor de Marcelo. 
Foram dali apenas 4 dias para que Zé Filho puxasse suas facas para toda a base aliada. Começou pelo PMDB. Numa reunião em que deixou Marcelo Castro de fora, Zé Filho externou às lideranças de seu partido o seu desejo de ser candidato. E antes que qualquer um pudesse questionar seus motivos, a causa da mudança de atitude, Zé Filho deu um trago num copo de whisky e lhes disse que não queria ser contrariado, que se todos não o acompanhassem, ele, o Zé, faria campanha para o senador Wellington Dias.
Ora, os deputados precisam do Governo para se eleger. Aqueles que já tinham indicado suas lideranças para os mais diversos cargos no Governo eram agora chantageados com as ameaças de Zé.
WILSON MARTINS TRAÍDO
No dia seguinte foi a vez do ex-governador Wilson Martins (PSB), a quem Zé Filho quis transferir culpa por sua exclusão política. Teria dito a Martins que ou este o apoiava na traição a Marcelo, ou o palanque do Governo seria dado ao senador João Vicente, adversário de Wilsão. Aqui, mais uma traição.
Para Martins, ficar ao lado de Zé Filho é o mesmo que se enforcar. Sob orientação de Ciro Nogueira, Zé Filho, mesmo que conseguisse o apoio de Wilson, o abandonaria no meio da campanha, para garantir a reeleição do herdeiro do Grupo Claudino. É parte do acordo para que JVC e Ciro o mantenham na presidência da FIEPI.
CAMPANHA MORTA ANTES DE NASCER
Zé Filho, hoje, já é um candidato derrotado. Há quem diga que já era antes mesmo do problema na perna. Um candidato ao posto mais importante do estado não se viabiliza apenas com um mandato tampão, como é o caso de Moraes Souza. Ter o Governo é uma vantagem, não um pré-requisito. Mas ao assumir o governo no dia 4 de abril de 2014, parece que a ganância e o poder lhe proporcionaram a coragem que faltava para empurrar a faca nos aliados.
Pode parecer estranho a quem não acompanha de perto, mas mesmo com toda a má fama que têm os políticos, o que vale na política é a confiança, é na palavra dada entre as pessoas que se baseiam acordos que viabilizam um aliança. E o cartão de visita de Zé Filho é uma faca nas costas de seu partido.
Como alguém vai poder confiar na pessoa que acabou de trair uma coligação inteira? Marcelo Castro, Silvio Mendes, Wilson Martins, Firmino Filho, Robert Rios e cada liderança do PMDB, do PSDB, do PSB, PDT, PCdoB, PSD, DEM e outros mais, todos traídos por Zé Filho, numa articulação sorrateira de Ciro Nogueira, JVC e Wellington Dias. Se todos esses foram traídos, certamente não haverá um prefeito ou vereador que acredite na palavra desse cara.
A SOCIEDADE ESTÁ PAGANDO CARO
Zé Filho acaba de fortalecer a campanha majoritária do rolo compressor formado pelas elites financeiras e políticas do Piauí. Sem nunca ter gerenciado na sua vida, Zé está fazendo tudo para garantir seu conforto pessoal e o mandato de presidente da Federação das indústrias do Estado do Piauí, que herdou mesmo sem nunca ter sido dono nem de uma fábrica de picolé caseiro. Será que essa fraude vai conseguiria inspirar um voto espontâneo que fosse?
Com esta incrível lambança, Zé Filho paralisou o já esfrangalhado estado do Piauí. São serviços e pagamentos suspensos por falta de comando. Licitações importantes deixaram de acontecer, aguardando uma ordem política. Enquanto as mais diversas classes de servidores já entraram ou ameaçam greve, o Governo serve apenas aos loucos caprichos desta figura inconsequente. No final das contas, é muito poder para pouca cabeça.
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Publicado Por: Allisson Paixão

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