sábado, 28 de novembro de 2015

Teresina tem apenas 1% de avanço no saneamento em 5 anos

A cobertura da rede de esgoto de Teresina está abaixo do ideal. Apenas 18% das residências estão ligadas ao sistema sanitário, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgados em 2015. Se analisados os dados do Piauí como um todo, a situação é ainda mais preocupante: somente 2,5% das residências possuem cobertura de coleta e tratamento de esgoto.

Os números revelam que, em 2010, o acesso à rede de esgoto em Teresina era de 17%, ou seja, houve apenas 1% de aumento em 5 anos. Essa é uma das temáticas discutidas no I Seminário Estadual de Interlocução em Educação Ambiental e Saúde, que teve inicio na quinta (26) e segue até o dia 27.

Com o tema “Educação Ambiental: Qualidade de Vida e suas Múltiplas Dimensões”, o seminário que está sendo realizado no auditório Albano Franco, na Federação das Indústrias do Piauí (FIEPI), reúne representantes de todos os municípios do estado para discutir melhorias na rede de saneamento básico, coleta de lixo e cuidados com a água.

Evaldo Ciríaco, superintendente da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), afirma que o Seminário pretende despertar na sociedade civil o comprometimento da educação e saúde, como o uso racional da água, o adequado acondicionamento do lixo e mais acesso ao sistema de rede de esgoto no Estado. “A nossa intenção é que possamos discutir com os municípios melhorias tanto na questão do tratamento da água, a coleta de lixo e o seu acondicionamento. Outro ponto que merece destaque é o acesso à rede de esgoto, que ainda é muito primitivo no estado. Com essas melhorias, focar na conscientização da sociedade civil”, esclarece.

A falta de acesso ao sistema de saneamento básico causa prejuízos para o meio ambiente e, principalmente, para a água potável. A questão foi ressaltada por Margarete Coelho, vice governadora, que afirma que ainda há tempo de mover ações e conscientização em prol do Meio Ambiente. “Estamos caminhando para o caos do desabastecimento de água. Mas ainda dá para reverter essa situação, os primeiros passos estão sendo dados, por parte do poder público que já traz essa questão para a mesa de discussões e da educação, que tem informado para essa nova geração a importância da preservação do Meio Ambiente, mas é preciso mais”, pontua.

Além do desperdício de água, do comprometimento das espécies marinhas, a falta de saneamento básico provoca a contaminação de doenças hidro transmissíveis, isto é, doenças que são adquiridas pelo contato com a água contaminada, como a leptospirose, hepatite, verminoses e doenças fúngicas e bacterianas.

Segundo Denis Carvalho, professor da UFPI e ambientalista, as doenças hidro transmissíveis atingem mais crianças e idosos devido ao organismo debilitado. “Para a população que vive sem acesso à rede de esgoto fica bem mais fácil de ter alguma das doenças hidro transmissíveis. Isso pelo contato direto com a água contaminada. E essas doenças acometem de forma mais intensa, crianças e idosos pela maior fragilidade que tem o organismo desses públicos”, destaca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário