sexta-feira, 22 de abril de 2011

História em Movimento é lançado no RJ

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22-04-2011
ImageParceria entre CNTE e Uerj resulta em série elogiada de balanços das atividades feitas por entidades sindicais na área de Educação em todo território nacional

Um projeto que surgiu da necessidade de se acompanhar como atuam as entidades filiadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) ganha força logo nas suas primeiras edições. Como resultado imediato, já produz um documento que, além de revelar como é o cotidiano dessas instituições associativas, instiga a reflexão para a melhoria das ações delas em todo o país.
 
A terceira edição da publicação, a série “História em Movimento”, foi bem recebida na apresentação feita à  plateia do “III Seminário da Rede de Pesquisadores sobre Associativismo e Sindicalismo dos Trabalhadores em Educação”, nesta quarta-feira, 20, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).  Desde a segunda edição, o levantamento é desenvolvido em parceria com o programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da universidade carioca, o PPFH/Uerj. A aliança entre a área acadêmica e o movimento sindical se mostrou benéfica para o aperfeiçoamento dos dados coletados pela CNTE.

Image“Na primeira compilação, nos baseamos somente nos relatórios de atividades entregues pelas afiliadas ao longo do ano. Com a adoção de uma nova metodologia, discutida juntamente com os pesquisadores da Uerj, passamos a enviar um protocolo para que o sindicato nos devolvesse devidamente preenchido. Além de termos um retorno de temas mais abrangentes, a entidade passou a receber uma avaliação de seu trabalho feita pela universidade”, explica Roberto Leão, presidente da CNTE.

Com o “feedback” da Uerj, as afiliadas começaram a pensar sobre suas formas de atuação, estudando melhorias na busca pela construção de novos caminhos para, como reforça Leão, “lutar pela educação pública e de qualidade para todos”.

O terceiro “História em Movimento” traz um balanço dos dados coletados no segundo semestre de 2010 e engloba uma parcela significativa das entidades sindicais da área de Educação no país. Elas foram ouvidas em assuntos pertinentes, como por exemplo, com relação à formação de dirigentes, participação em fóruns e movimentos sociais, campanhas específicas, ações em torno das bandeiras de luta da CNTE e ação nas escolas.

Assim como as outras edições, esta também se apresenta como um importante documento de relato das atividades do movimento sindical brasileiro.

“É bom para que tenhamos uma visão do que fizemos no passado e o que, depois das mudanças feitas a partir daí, influenciou na situação atual”, acrescenta o professor Leão.

Na apresentação da publicação no seminário realizado na capital fluminense, o professor Dr. Zacarias Gama, que substitui o professor Dr. Gaudêncio Gama, à frente do PPFH/Uerj e ausente por motivo de saúde, reforçou a importância da prática a partir de dados coletados pela pesquisa científica. Para o pesquisador, é preciso mais do que teorizar no âmbito da vida acadêmica.

“Nossas teorias precisam fazer uma intervenção social para produzir algum tipo de impacto, não no sentido arrogante da ação, mas no da cooperação e da interação entre as fontes do saber. É necessário focar nas questões do trabalhador, destacando a partir da essência de suas atividades, suas mediações, suas contradições, o sentido de situá-los concretamente em sua totalidade”, defende o professor Zacarias.

Tanto o presidente da CNTE quanto os pesquisadores da Uerj dizem esperar que algumas interpretações do papel da publicação sejam deixadas de lado. Uma de que o documento venha servir para produzir uma imagem negativa das atividades das entidades, condenando-as pelas suas atividades feitas, ou não. A outra, debatida mais enfaticamente, é a de que cada edição do “História em Movimento” não estaria finalizada por si só.

Image“Além da análise dos dados ali presentes, queremos críticas, em movimentos de idas, vindas, contradições, imediações e muito mais. Esperamos não estar produzindo sentenças decisivas. Pelo contrário, serão sempre cadernos para o debate, amplamente abertos à discussão, inclusive para a possibilidade de revisão”, finaliza o professor Zacarias.

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