sábado, 28 de fevereiro de 2015

Jogo propõe facilitar aprendizado de Química na rede pública do Piauí

Quest Química foi criado e desenvolvido nos laboratórios da Universidade Estadual do Piauí. 16 alunos da graduação e um do mestrado estão envolvidos

Repórter: Manoel José




Um grupo formado por 16 alunos do curso de Química, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), com o intuito de facilitar o ensino da disciplina no 1º, 2º e 3º ano do ensino médio e nas primeiras turmas no nível superior, desenvolveram o "Quest Química", jogo que aborda temas específicos e cotidianos.

É um método de grande importância porque além de tudo os alunos é quem desenvolveram. Com isso, eles estão aprendendo e assimilando os temas da disciplina, já que estão em um curso de licenciatura, e também já poderão sair da Universidade e aplicar na sala de aula", destacou o professor Geraldo Eduardo, coordenador do projeto.
De acordo Irmar Lopes, estudante do curso de Química e integrante do seleto grupo, o Quest Química tem tudo para revolucionar o ensino da disciplina. "Nossa ideia é popularizar o jogo ajudar aos alunos. Queremos também ser exemplo para os demais, já que para participar do projeto o aluno não pode ter dívidas com disciplinas do curso, sob pena de perder a bolsa", destacou.
Cada tema possui uma cor específica e os cartões trazem perguntas e respostas (Foto: Thiago Amaral/OOlho)
COMO FUNCIONA O JOGO?
Cada aluno foi responsável por desenvolver 50 questões de cada tema abordado ao longo do ensino médio. A lista ficou definida com os seguintes assuntos:
1- Ligações químicas
2- Tabelas periódicas e estrutura atômica
3- Gases e Estequiometria
4- Funções inorgânicas e reações químicas
5- Matéria e energia
6- Química no cotidiano
Após criarem as perguntas, os alunos desenvolveram os cartões com indagações e as respectivas respostas, que ficam no verso do cartão.
Em seguida, desenvolveu-se uma mandala, que corresponde a um tabuleiro, onde as apostas são feitas. O jogo pode ser disputado por seis equipes ou seis jogadores individuais que representam suas equipes.
Professor Geraldo Eduardo coordena grupo de pesquisadores no laboratório da UESPI (Foto: Thiago Amaral/OOlho)
Para saber quem será o responsável por perguntar, os pesquisadores desenvolveram moedas que foram numeradas de 1 à 6.
"Cada jogador tem o direito de participar uma vez por cada rodada. A pessoa aposta na cor que corresponde ao assunto que ele mais tem conhecimento. Caso acerte a pergunta ele avança o número de casas correspondente ao número da moeda que ele apostou. Cada moeda que vai de 1 à 6 só pode ser usada uma vez por rodada. Por exemplo: na primeira rodada usei a moeda de número 5, já na próxima não poderei usar mais a de número 5, somente as demais que ainda não usei", explicou Irmar Lopes.
Caso o jogador erre a resposta, os demais não poderão sussurrar ou tentar dizer qual a correta. "A ideia é que aquele que erre a resposta fique curioso e vá pesquisar qual a correta, para que na próxima rodada ele possa acertar. Além disso, os demais participantes do jogo poderão dizer que querem comprar a pergunta. Caso acerte, ele avança a quantidade de casas apostadas em questão, caso erre, ele terá que regredir o mesmo número de casas apostadas", lembra.
Mandala contém mais de 30 casas (Foto: Thiago Amaral/OOlho)
O jogo tem início e fim. São pouco mais de 30 casas e vence aquele que primeiro conseguir dar a volta completa no mandala.
Os alunos destacam que o jogo ainda não foi totalmente finalizado e que algumas regras ainda estão sendo estabelecidas para não causar confusão. "Algumas regras podem ser estabelecidas pelos próprios jogadores, como por exemplo, a definição de quem começa jogando", finalizou o estudante.
COMO E ONDE FOI DESENVOLVIDO?
Todos os integrantes envolvidos no processo de desenvolvimento do jogo são alunos da UESPI. Entre eles, um aluno de mestrado. O projeto foi iniciado em julho de 2014, através do Programa de Educação Tutorial de Química da Universidade Estadual do Piauí (PET-Química). Todos os estudos e experimentos foram feitos no Laboratório de Metodologia de Ensino em Química.
"Os alunos se reúnem em dias específicos da semana para poderem aprimorar o jogo. O ideal seria que eles se reunissem todos os dias, mas apenas às terças e quintas eles estão no laboratório, mas os estudos seguem em casa", explicou Geraldo Eduardo.
QUANDO E ONDE SERÁ APLICADO?
De acordo com o professor Geraldo Eduardo, coordenador das pesquisas, o jogo será aplicado nas primeiras semanas do mês de março, em duas escolas públicas da rede de ensino municipal e/ou estadual de Teresina. As mesmas ainda não foram selecionadas, já que alguns dados deverão ser requisitados junto à Secretaria Estadual de Educação (SEDUC).
"Vamos pegar a melhor e a pior escola pública de Teresina, de acordo com o índice geral do ENAD. Ou seja, aquela que obteve a pior e a maior média no geral, entre as públicas, tanto estadual como municipal, mas inicialmente estamos focados apenas em Teresina", disse o professor.
Mandala colorido contém perguntas e respostas sobre seis temas diferentes (Foto: Thiago Amaral/OOlho)
FNDE CUSTEIA ESTUDOS E PESQUISAS
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, oriundo do governo federal, é o responsável por custear os gastos necessários para o desenvolvimento de pesquisas na área.
Segundo o professor Geraldo Eduardo, o valor destinado para essa finalidade é de R$ 10 mil anuais, sendo que os participantes ganham bolsa mensal no valor de R$ 400.
"Recebemos um repasse anual que ainda não é suficiente, mas as pesquisas seguem normalmente. Realizamos reuniões semanais para vermos como andam as pesquisas e estipulamos prazos para que mostrem resultados", reiterou.
16 alunos participam do projeto de pesquisa (Foto: Thiago Amaral/OOlho)
QUEM PODE PARTICIPAR DAS PESQUISAS?
O critério de seleção para ingressar no PET-Química e fazer parte do grupo de pesquisadores, é o desempenho acadêmico. São avaliadas as notas no currículo acadêmico e a partir daí os alunos estão aptos a concorrer as bolsas que são disponibilizadas.
"Lançamos o edital e os selecionados que devem estar em acordo com os critérios de seleção, levam a cópia do histórico e fazem a inscrição. Eles não podem estar com pendências acadêmicas ou com notas baixas", ressaltou Geraldo Eduardo.
NOVAS PESQUISAS ESTÃO SENDO DESENVOLVIDAS
Além do Quest Química, os alunos estão em intenso processo de desenvolvimento de novos jogos. O próximo método que será divulgado e apresentado é uma revista em quadrinhos que tem a mesma finalidade, facilitar o ensino da Química para os estudantes.
"Já temos uma revista em quadrinhos registrada na biblioteca pública nacional. Estamos desenvolvendo jogos didáticos, paródias, peças e revistas que têm a mesma finalidade. Quanto a revista, nossa intenção é digitalizar e depois transformarmos em jogo", finalizou.
Os alunos do projeto desenvolveram um página na internet onde disponibilizam novidades acerca das pesquisas: PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL EM QÚIMICA DA UESPI

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