A caça predatória ameaça a reprodução da avoante (Zenaida auriculata),
espécie de pomba campestre que tem o Piauí em sua rota de migração. No
município de Pio IX, a 440 km de Teresina, as aves são abatidas no
ninho, durante a noite, quando são incapazes de perceber a aproximação
dos caçadores.
Há relatos de pessoas que abateram mais de 200 avoantes em uma única incursão pelo pombal. A carne do bicho é apreciada como iguaria e vendida como tira-gosto em alguns bares da região.
“Tão acabando com tudo. Tá ficando sério e não é só aqui nas minhas terras, mas em outras fazendas também. E pior que a gente telefona pro Ibama, pra polícia e ninguém aparece pra tentar resolver a situação”, reclama o agricultor.
Foi através da professora Rosa Melo que a denúncia do crime ambiental praticado na caatinga piauiense foi registrado e chegou nas redes sociais. Dona de um rico acervo fotográfico da flora e fauna local, sempre registrados em sua exuberância, Rosa se diz ferida com a predação desenfreada da ave. Para ela, falta educação e ação dos órgãos fiscalizadores.
O professor Cineas Santos repercutiu a denúncia de Rosa Melo. Em pequeno texto publicado em sua conta na rede social Facebook, ele pergunta “Onde está o Ibama?” e lembra que ao atacar as avoantes, o caçador atenta, inclusive, contra si. “Preservar é preservar-se”, chama atenção.
Crime ambiental
De acordo com o Art. 29 da a Lei nº 9.605 é considerado crime: "matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. A pena pela infração é detenção de seis meses a um ano, e multa.
A avoante
A intervalos de dois a três anos, certas regiões do Nordeste brasileiro são cobertas por uma nuvem de aves migratórias, que ali acorrem aos milhões para a postura. A avoante (Zenaida auriculata) é uma pequena pomba parda e cinzenta, de pés vermelhos e bico preto, que mede de 22 a 25 cm de comprimento e pesa cerca de 120g. A espécie típica ocorre das Antilhas à Terra do Fogo, descontinuamente. Habita áreas de campos cerrados, pastos, lavouras e até mesmo a caatinga.
As migrações, que naturalistas citam entre as mais espetaculares do mundo, ocorrem de abril a junho no Nordeste brasileiro. Os bandos cobrem extensões de até cinco quilômetros, e as aves, ao pousarem, deixam o chão coalhado de ovos brancos. É nessas ocasiões que, com facilidade, os caçadores as abatem.
Imagem: divulgaçãoAvoantes abatidas
As propriedades rurais onde está localizado o pombal – santuário de
reprodução coletiva, quando podem ser avistados milhares de ninhos com
ovos no chão – são invadidas a noite. Com lanternas, os caçadores
desnorteiam e matam os animais utilizando pedaços de madeira,
estilingues e espingardas.Há relatos de pessoas que abateram mais de 200 avoantes em uma única incursão pelo pombal. A carne do bicho é apreciada como iguaria e vendida como tira-gosto em alguns bares da região.
Imagem: divulgaçãoBando de avoantes
Na fazenda Cantinho, zona rural de Pio IX, as aves começaram a pôr há 15
dias. Desde então o agricultor Adalberto Alencar vem percebendo
indícios de invasão das roças. Cercas avariadas, pasto e plantações
pisoteadas e centenas de ninhos abandonados são os rastros deixados
pelos caçadores.“Tão acabando com tudo. Tá ficando sério e não é só aqui nas minhas terras, mas em outras fazendas também. E pior que a gente telefona pro Ibama, pra polícia e ninguém aparece pra tentar resolver a situação”, reclama o agricultor.
Foi através da professora Rosa Melo que a denúncia do crime ambiental praticado na caatinga piauiense foi registrado e chegou nas redes sociais. Dona de um rico acervo fotográfico da flora e fauna local, sempre registrados em sua exuberância, Rosa se diz ferida com a predação desenfreada da ave. Para ela, falta educação e ação dos órgãos fiscalizadores.
Imagem: DivulgaçãoNinhos de avoantes
“Parece tão óbvio, que as vidas de todos os seres estão interligadas e
interdependentes, mas justo o bicho homem que se diz dotado da tal
‘razão’ não se dá conta. Analiso essa realidade muito mais com olhos de
professora, e aí sim, me fere, me machuca constatar que a educação do
nosso país não tem nenhum papel determinante na formação da consciência
ambiental do nosso povo. E me revolta sim, a inoperância de órgãos
públicos, que se dizem responsáveis, e se cobrem de leis que não se
cumpre”, afirma a professora.O professor Cineas Santos repercutiu a denúncia de Rosa Melo. Em pequeno texto publicado em sua conta na rede social Facebook, ele pergunta “Onde está o Ibama?” e lembra que ao atacar as avoantes, o caçador atenta, inclusive, contra si. “Preservar é preservar-se”, chama atenção.
Crime ambiental
De acordo com o Art. 29 da a Lei nº 9.605 é considerado crime: "matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. A pena pela infração é detenção de seis meses a um ano, e multa.
A avoante
A intervalos de dois a três anos, certas regiões do Nordeste brasileiro são cobertas por uma nuvem de aves migratórias, que ali acorrem aos milhões para a postura. A avoante (Zenaida auriculata) é uma pequena pomba parda e cinzenta, de pés vermelhos e bico preto, que mede de 22 a 25 cm de comprimento e pesa cerca de 120g. A espécie típica ocorre das Antilhas à Terra do Fogo, descontinuamente. Habita áreas de campos cerrados, pastos, lavouras e até mesmo a caatinga.
As migrações, que naturalistas citam entre as mais espetaculares do mundo, ocorrem de abril a junho no Nordeste brasileiro. Os bandos cobrem extensões de até cinco quilômetros, e as aves, ao pousarem, deixam o chão coalhado de ovos brancos. É nessas ocasiões que, com facilidade, os caçadores as abatem.
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