quarta-feira, 23 de março de 2011

O Plano Nacional da Educação determina que os Estados elaborem novos planos no prazo de um ano

Educação: Piauí quer atingir nota acima da média nacional em 2011

Amargando o pior do índice da educação básica nas avaliações do Governo Federal, o Piauí planeja atingir uma nota acima da média nacional este ano. O Estado quer chegar a nota 3,7 e deixar no passado a nota 3, obtida na última avaliação. Parece pouco. Mas, para a educação estadual representa um salto que é visto como um desafio para os gestores públicos.
A meta piauiense não é à toa. A expectativa é que o Plano Nacional da Educação (PNE) seja a transformação das metas de qualidade em números. A pretensão de elevar a nota nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para 6, já proposta pelo Ministério da Educação quando criou o índice, também passa a integrar o PNE.
Para a coordenadora de Apoio Pedagógico da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Joana Alexandrino Araújo, o planejamento para o atingimento de metas já começou no âmbito estadual, assim como, a definição de políticas prioritárias para a educação.
"Queremos que o ensino realmente aconteça na sala de aula, a partir de uma integração entre o trabalho do professor e da escola. Em algumas escolas já conseguimos atingir essa meta, mas o desafio ainda está colocado para a maioria das escolas estaduais", frisou, acrescentando que a proposta do PNE determina que os Estados elaborem novos planos de Educação no prazo de um ano.
Desta forma, a proposta do Ministério da Educação aponta que os planos sejam elaborados em amplos processos participativos. O Piauí, contudo, já iniciou a articulação para avaliar parte dos 150 mil alunos da rede estadual de ensino através da Prova Brasil. "Queremos que os alunos tenham uma visão sistêmica destes processos avaliativos que são apenas indicadores para avaliar a educação, a aprendizagem em sala de aula", pontuou a coordenadora.
De acordo com informações da Seduc, o Estado vem organizando uma série de encontros para apresentar e discutir a Prova Brasil com os professores de Língua Portuguesa e Matemática. "É importante que os professores conheçam a matriz de referência desta prova, pois ela relaciona competências que os nossos estudantes devem apresentar", afirmou o secretário estadual de Educação, Átila Lira.
Átila Lira quer preparação específica (Foto:Regis Falção)
"O trabalho que eles fazem em sala de aula já é preparatório porque a base teórica da prova é a mesma das nossas formações. Mas a gente quer ajudar ainda mais os professores para que eles possam preparar os alunos especificamente para a Prova Brasil", completou o secretário.

Prova Brasil será o termômetro da educação

Nos meses de outubro e novembro os alunos da 4ª e 8ª séries (5º e 9º anos) e 3º do ensino médio da rede estadual de ensino serão avaliados por meio da Prova Brasil, principal avaliação do rendimento das escolas públicas do país. Parte integrante do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a prova, que checa as habilidades essenciais em Língua Portuguesa e Matemática, é considerada pelos especialistas um instrumento essencial para o avanço da qualidade do ensino.
A Prova Brasil é baseada nos currículos propostos por redes estaduais e municipais, já que no país não há um currículo nacional. Uma comissão do MEC examinou o material, identificando pontos convergentes, o que deu origem a uma matriz de referência (entregue a todas as escolas pelo MEC em abril), que não elenca conteúdos, mas competências e habilidades.
"Essas capacidades são apresentadas na prova por meio de descritores, que, como o nome indica, descrevem o que os alunos precisam dominar. Essas habilidades são o mínimo que os alunos precisam saber. Sem isso, não podem ser considerados aptos nas duas disciplinas", ressalta a coordenadora pedagógica da Seduc, Joana Alexandrino.
A Prova Brasil mede a capacidade de leitura dos estudantes e a assimilação de conteúdos de Língua Portuguesa e de Matemática e são formulados segundo a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que garante que os mesmos conteúdos sejam avaliados em edições diferentes dos testes, permitindo maior acuidade na comparação dos resultados.

MEC quer escolher a melhor avaliação

Depois de garantir a matrícula dos alunos na escola, como medir o quanto as crianças estão aprendendo e, com isso, garantir a qualidade da educação? Para atender a esse objetivo foi criado em 1990 o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), a primeira iniciativa, em escala nacional, para se conhecer o sistema educacional brasileiro em profundidade.
Segundo informações do MEC, ele é realizado a cada dois anos e avalia apenas uma mostra representativa dos alunos matriculados nas séries finais do primeiro e segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio, de escolas públicas e privadas, e fornece dados sobre a qualidade dos sistemas educacionais do Brasil como um todo, das regiões geográficas e dos estados.
Havia a necessidade de uma análise mais detalhada do sistema, que expandisse o alcance dos resultados, oferecendo dados não apenas nacionais e por estado, mas também para cada município e escola participante. Assim, em 2005, nasceu a Prova Brasil, que, em 2007, por usar a mesma metodologia, passou a ser realizada em conjunto com o Saeb.

"O maior objetivo da Prova Brasil é a conscientização da realidade de cada escola. Muitas vezes os gestores não têm consciência dos problemas de aprendizagem que enfrentam", conta a coordenadora pedagógica da Seduc, Joana Alexandrino. Com a avaliação, é possível se analisar em que condições o resultado apareceu. "O desempenho dos alunos não ocorre no vazio, ninguém aprende ao acaso. Ele é fruto de professores bem formados, de bons materiais didáticos e do comprometimento com a aprendizagem dos alunos", completa.


  • Fonte: Jornal O Dia

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