sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Golpista extorquiu R$ 90 mil de vítima ao se passar por prefeito Vilarinho

Após a prisão de Francisco das Chagas Nascimento, na manhã desta sexta-feira(25), em flagrante, ao se passar pelo prefeito de Palmeirais, Paulo César Vilarinho durante sete anos, a polícia informou que de apenas uma vítima, o estelionatário teria extorquido cerca de R$ 90 mil. O acusado foi apresentado na sede do Grupo de Repressão para o Crime Organizado (Greco).

“Ele se passava pelo prefeito, então candidato, dizendo que precisava de dinheiro para a campanha e que iria mandar seu motorista para buscar o dinheiro. No total dessa vítima ele levou cerca de R$ 90 mil, mas tem outras vítimas que estamos investigando. Ele confessou o crime”, afirmou o delegado Menandro Pedro, presidente da Greco. 

Fotos: Evelin Santos/Cidadeverde.com
Delegado Menandro Pedro

O delegado informou que contou com a ajuda dessa vítima para conseguir prendê-lo em flagrante nesta manhã.  “Sacamos R$ 500 e entregamos o envelope para ela que marcou o encontro. Eu estava dentro do carro e mais policiais de moto seguindo o carro, depois de mudar várias vezes o local marcado, nós conseguimos pegá-lo na avenida Frei Serafim”, explicou Menandro Pedro. 

Paulo César Vilarinho esteve na sede Greco para agradecer aos policiais que conseguiram prender o impostor. Ele disse que passou muito mal esses anos sem saber que era a pessoa que se passava por ele. “Eu sabia que ele existia porque vivia aplicando golpes, mas não sabia quem era, até que pedi ajuda do delegado Menandro Pedro e em 15 dias ele e sua equipe conseguiu prendê-lo”, agradece o prefeito que durante esses sete anos foi deputado, secretário de governo de Teresina e prefeito de Palmeirais. 

Paulo César Vilarinho, a vítima

O impostor
Francisco das Chagas namorou com a doméstica da casa de Paulo César e a polícia suspeita que por isso ele teria muitas informações do prefeito para aplicar os golpes. 

"Depois que descobri isso eu estou atribuindo a ele dois assaltos que eu sofri. Um a mão armada e outro do arrombamento na minha casa, que além de levar, maquina fotográfica, joias da minha mulher,  celulares, ele também levou o dinheiro da minha empregada que estava escondido dentro de pano de prato e como que um bandido podia saber disso?", questionou Vilarinho. 

Ameaça de morte
Outro golpe aplicado pelo impostor era de passar cantadas em mulheres, solteiras e casadas, por telefone dizendo que era o ex-deputado.  Um dos homens “traídos” é um policial militar que flagrou a mulher fazendo sexo por telefone com o impostor. 

Francisco Nascimento, o estelionatário

Ao pegar o telefone e perguntar quem era, o golpista disse que se tratava do secretário de governo de Teresina, Paulo César Vilarinho. “Um dia esse policial entrou na minha sala armado e discou para o número que havia ligado para a mulher dele. como meu telefone não tocou, ele me disse: eu vim aqui para lhe matar, pelo que você estava fazendo com a minha mulher, mas como você não atendeu ao telefone acabou escapando”, conta Paulo César. 

Durante todos esses anos, pelo menos 40 mulheres chegavam até ele perguntando por que ele não a reconhecia, já que pelo telefone ele demonstrava intimidade. “Uma vez aconteceu no gabinete do Themistocles Filho, a mulher me encarava e eu desvia o olhar, depois ela se aproximou e disse: você só homem no telefone? Por que não olha pra mim?”, relembra o prefeito. 

Vida privada 
Por sete anos, o prefeito teve que sair da casa onde morava em Timon, se mudou para apartamento, evitava ir a eventos sociais tanto para evitar os constrangimentos com as mulheres quanto para evitar a fúria dos maridos traídos. 

O delegado Menandro Pedro disse que não tem ideia de quantas vítimas e qual o valor levado pelo golpista. “O perfil das vítimas era sempre mulheres de classe alta. Ele tinha acesso a eventos, entregava ou pegava o número do telefone das vítimas para praticar o crime. Entre as vítimas há uma promotora e a filha de um coronel da PM que foi a chave para identificar o Francisco das Chagas, que confessou todos os crimes”, afirmou o presidente da Greco. 


Carlos Lustosa e Caroline Oliveira
redacao@cidadeverde.com

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